NÃO À TROIKA!
A Manifestação "Não à Troika" juntou mais de 2000 pessoas na cidade de Leiria numa demonstração de grande civismo e de repudio contra as politicas do Governo e as medidas que vão ser implementadas, com o "acordo" desse triunvirato troikano ...para empobrecerem mais o povo deste País, à custa do brutal aumento da TSU e da sua redução para os patrões!
Os portugueses que se lixem, primeiro está o capital, as grandes fortunas e a Banca e cuidadinho sr. Coelho, porque se não se porta bem a sua "amiga" Merkel, corre consigo do Governo e faz deste torrão uma coutada alemã... já faltou mais!
Esta manifestação que do norte ao sul de Portugal reuniu perto de 1 milhão de portugueses descontentes com realce para os milhares de jovens sem emprego e sem futuro, foi a melhor resposta a Passos Coelho/Paulo Portas e quejandos que não são mais do que uns bajuladores dos interesses dos patrões europeus! A nossa soberania está em perigo! O futuro de todos nós e o amanhã dos nossos filhos e netos está cada vez mais negro! Estes agiotas que ditam as suas "leis", alguns à frente de Instituições que são do Povo e deveriam respeitar... têm que ser corridos quanto antes, porque Portugal é dos portugueses e como gritaram milhares de pessoas “O Povo Unido Jamais será Vencido”, manifestaram assim o seu repúdio para com um governo que tira aos pobres para dar aos ricos.
Não à Troika, não ao capital, fim aos ataques à nossa democracia e respeito pela Constituição da Republica Portuguesa!
Basta de tanta demagogia! Chega de políticos impreparados para governar onde a mentira prevalece todos os dias para atingirem o seu único objetivo que é a aliança com o grande capital!
Edgar Carvalho
VOCÊ É O ELO MAIS FRACO. ADEUS!
Já ouvi esta frase em qualquer lado! Mas pensando melhor ela poderá servir para exemplificar como vai o Governo deste País, com destaque para alguns ministérios mais sensíveis e influentes na estabilidade económica e financeira que está a minar a sociedade portuguesa com mais de 800 mil desempregados e a maior crise e austeridade desde o 25 de Abril de 74!
Só quem vive na lua é que acredita que as palavrinhas “doces” de Passos Coelho quando se dirige à comunicação social e diz que Portugal está no “bom caminho” vão alterar o rumo do País! O Governo está louco para não dizer que a diferença entre Passos Coelho e o ex-Sócrates é apenas no jogo de palavras, porque quem paga é o Zé…é só uma questão de tempo… Exemplos de ministros sem nível e que usam e abusam de trocadilhos são aos montes! Primeiro era o PS o mau da fita, depois veio a Troika impor medidas anti-populares, com cortes que atingiram “apenas” quem trabalha no duro os funcionários públicos e os pensionistas e agora até já dizem que o Governo foi para além do que está no acordo!
Ministérios como o das Finanças do melancólico super Vitor Gaspar e o da Economia e Emprego do seráfico ministro Álvaro Santos Pereira, que já começou a desmembra-se com a saída do seu secretário da Energia, são o cumulo da ineficácia gestionária deste Governo, e da falta de um plano devidamente estruturado entre todos os ministros! Veja-se o que acontece com o Ministro da Economia… Palavras de circunstância, promessas não cumpridas, num ministério que deveria ser o braço forte de apoio às grandes e PME´s e o impulsionador das exportações e importações para minorar o desemprego que atinge principalmente as gerações jovens. Um ministro que está submisso e dependente de Vitor Gaspar, o tal que dirige agora os milhões do QREN e se está marimbando para a própria Troika, querendo mostrar mais trabalho com medidas que são mais gravosas para o povo e vão para além das acordadas no memorando não deveria ocupar um lugar onde ainda não demonstrou qualquer experiencia política! Uma vergonha!
Álvaro Santos Pereira, mais professor do que gestor, teve o azar de cair num dos mais complicados e difíceis ministérios e sem qualquer experiência de governação continua teimosamente a demonstrar que não consegue medidas de recuperação da economia portuguesa! Não convence ninguém, nomeadamente os trabalhadores e as empresas à beira da falência, num País próximo da bancarrota! Este é o Ministério, espelho de um Governo que cada vez mais vê aumentar a contestação dos portugueses num 2012 difícil, de grandes sacrifícios e com um ministro da Economia mais papista do que o Papa que o mesmo é dizer ainda nada fez e apenas anda ver passar os “comboios”.
Você é o elo mais fraco. Adeus!
Edgar de Carvalho
L E I R I A
Um Passado, Um Presente e Um Futuro!
Leiria, cidade conquistada aos mouros por D. Afonso Henriques em 1135, começou por um pequeno povoado que no reinado de D. Sancho I, em 1195, depois de duras batalhas, alargou a sua população que se estendeu pelos “Castelinhos” na encosta do seu majestoso Castelo. Foi seu primeiro alcaide D, Paio Guterres.
O Castelo e o Rio Lis que serpenteia a cidade e vai abraçar nos vales próximos o pequeno Lena, são os dois símbolos mais representativos de Leiria, cujo nome, segundo alguns historiadores derivou dos nomes dos rios Lis e Lena, do substantivo grego “leirion” que significa lírio, ou lis, a flor que identifica a cidade!
Ao longo dos séculos, esta bela e nobre urbe, com uma privilegiada situação geográfica, enquadrada entre a serra (Candeeiros e Sicó) e o azul do mar da costa oceânica junto ao pinhal de Leiria e às praias do Pedrógão, S.Pedro de Muel e Nazaré entre outras, foi crescendo, alargou o seu espaço urbano e tornou-se num movimentado e cosmopolita centro industrial e comercial,
As industrias de cerâmica, cimento, plásticos, moldes, limas, vidro e serração, foram algumas das principais impulsionadoras da actividade do distrito que exportavam para grande parte do mundo principalmente nas décadas de 50 a 70 do século XX.
Leiria é uma das cidades que tem um valioso património histórico, com belos monumentos e palácios senhoriais, alguns hoje em acelerada degradação!
Desde a sua monumental Sé Catedral, até à Igreja de N.Sra. da Encarnação no morro oposto ao castelo, existem outras que se espalham um pouco pelo seu típico Centro Histórico, actualmente em obras de remodelação e restauração.
As ruínas da Igreja gótica da Pena, no interior do Castelo, são hoje uma referência importante, já que foi ali que o Papa Paulo III em 22 de Maio de 1545 (actual data comemorativa do dia da cidade), criou a Diocese de Leiria e elevou a vila a cidade tendo como primeira Catedral a Igreja de N.Sra da Pena e seu primeiro bispo D. Frei Brás de Barros.
Segundo rezam as crónicas da época, a Igreja da Pena foi construída em honra da “Mãe de Deus e Senhora Nossa” a que D. Afonso Henriques chamou de Santa Maria da Penha, por estar erguida num penhasco de origem vulcânica!
Hoje algumas Igrejas estão encerradas ao culto, casos da Igreja da Misericórdia (fechada e em mau estado de conservação), no coração do Centro Histórico, da N. Sra. da Encarnação e a Igreja de S. Pedro, junto ao Castelo, estas duas com regulares concertos musicais e outras actividades culturais!
Outros templos continuam a sua acção em prol da religião católica também ao serviço da cultura e da arte como são a Sé Catedral e a Igreja de S. Francisco onde existiu o convento com o mesmo nome e que foi também museu e biblioteca públicas, o Convento e Igreja Franciscana da Portela (junto à Câmara Municipal) e as igrejas de Sto. Agostinho e do Espírito Santo estas mais vocacionadas para actos religiosos com missas regulares.
Outras capelas e conventos tiveram a sua importância no contexto da época em que existiram como o Convento de Sto. António dos Capuchos, no monte com o mesmo nome e o Convento de Sto. Estevão, mais tarde adaptado a Escola Primária e onde posteriormente funcionou a primeira Escola do Magistério Primário de Leiria.
Leiria tem também alguns importantes solares e casas senhoriais, algumas em mau estado de conservação, como o Palácio dos Verdes (Rua Tenente Valadim) e os Palácios dos Tabordas e dos Charteres e o antigo Solar dos Ataídes, que sofreu uma profunda adaptação (2009/2011) e foi comprado pela Fundação da Caixa Agrícola de Leiria para ali instalar a sua Sede, todos no Largo Cândido dos Reis (Terreiro).
Leiria foi a primeira cidade a ter imprensa e uma tipografia na Rua com o mesmo nome no C.H. A industria do papel foi introduzida na península ibérica pela primeira vez em Leiria em 29 de Abril de 1411 com a criação da primeira Fábrica e Moinho de Papel, (junto à Ponte dos Caniços), na margem esquerda do Lis.
Após as obras de restauro e requalificação por uma vasta equipa chefiada pelo famoso arq. Siza Vieira, com a colaboração de Susana Carvalho, responsável pela área arqueológica e da museóloga Maria José Santos (Directora do Museu do Papel em Sta. Maria da Feira), entre outros colaboradores, o Museu do Moinho do Papel de Leiria é hoje a única mostra viva do seu género onde se fabrica pelos processos artesanais da época o papel e o pão que são vendidos ao público! Para além das visitas guiadas em grupos pode ser visitado por quem o desejar e assim contactar com as técnicas e máquinas da época que continuam a produzir papel e pão utilizando a água do Rio Lis que passa pelo interior do Museu onde o moleiro Manuel Menezes serve de guia e ali trabalha!
Este é um passado de saudade e um pouco da história de Leiria que está viva nas suas gentes e que o futuro se encarregará de preservar com a colaboração e a dedicação das Associações Recreativas, Culturais e Sociais e de Salvaguarda do Património da Cidade e das Entidades Autárquicas e do Governo de Portugal! Só assim será possível revermos a nossa cidade num presente virado para o futuro, recuperar muito do seu edificado urbano em total abandono e melhorar as acessibilidades, tornar mais fácil a mobilidade dos cidadãos e gerar uma maior empatia entre os turistas e os leirienses de forma a possibilitar um maior desenvolvimento do seu comércio e da industria regional!
Leiria vive neste ano de 2011 uma nova fase! Finalmente a cidade está em obras, ainda que um pouco desordenadas e com várias empreitadas ao mesmo tempo em várias zonas do seu Centro Histórico que se prevê fiquem concluídas até ao verão!
A reestruturação e remodelação Urbana em curso da responsabilidade da Autarquia leiriense, é no âmbito do PALOR (Programa de Acção Local para a Regeneração do Centro Histórico de Leiria), um investimento de 1,5 milhões de euros, comparticipado em 75% pela União Europeia.
Estas obras, por dificuldades várias tiveram o seu início todas em Setembro de 2010 e por isso o trânsito transformou-se num caos, com dificuldades para estacionar. O comercio local está a ressentir-se para além da crise com a falta de clientes e uma acentuada diminuição nas vendas! É um facto que todos os leirienses desejam que a sua cidade fique finalmente com um melhor “visual”, e que depois da conclusão das empreitadas no âmbito do projecto de reabilitação do seu Centro, se torne numa urbe mais moderna, num espaço mais atraente com melhores estruturas pedonais, viárias e urbanas, mais e melhores parques de estacionamento que a transforme numa cidade moderna e com mais saudável ambiente projectando-a para um futuro que proporcione maior desenvolvimento e condições para nela enraizar as novas gerações e melhorar as condições de trabalho para o necessário desenvolvimento do comércio local!
Leiria merece mais e melhor! Com o moderno e bonito Museu de Cinema “Mimo” recentemente inaugurado; com o futuro Museu da Arte Sacra em construção no ex-Convento de Sto. Agostinho; com a possibilidade de recuperação do antigo Hospital Militar nos Capuchos ; com a hipótese de construção de um novo Centro Comercial que inclua a Loja do Cidadão nas actuais instalações da Rodoviária Tejo; com o novo Centro Social e de Lazer Eça de Queiroz na Rua Barão de Viamonte (Rua Direita); com a recuperação em curso do antigo e simbólico Hotel Lis; com a hipótese de um restaurante de luxo a instalar numa Ponte Pedonal sobre o Lis, entre as traseiras da Junta de Freguesia e Rua Tenente Valadim; com o estudo para que algumas ruas da baixa do C.H. sejam apenas pedonais; com um protocolo em curso entre a Autarquia e o Grupo Desportivo do Bairro dos Anjos para que esta Associação possa dinamizar e dar vida desportiva e recreativa ao Parque da cidade com a utilização dos dois campos desportivos e outras actividades no próprio Rio, são motivos mais que suficientes para que Leiria venha a ser uma cidade renovada e com um novo panorama urbano, monumental e turístico que no respeito pelo sua História de Séculos a projecte no futuro ao nível das melhores e mais atractivas cidades do País!
As fotos que exemplificam esta crónica retratam de alguma modo as “Leirias” do Passado, do Presente e quem sabe do Futuro!!!
Edgar de Carvalho
Maio 2011
ESTE NÃO É O MEU PAÍS!
SERÁ O SEU?
Estamos a viver numa verdadeira “República das Bananas”!
Portugal é hoje um país totalmente euro dependente, com um Governo que diáriamente vai desgovernando mais este pobre território à beira Atlântico. Com uma história de séculos voltada para o mar e actualmente subjugado a meia dúzia de tentáculos que sugam o suor do trabalho de milhares de portugueses que estão a viver um verdadeiro pesadelo o País está a caminho de um perigoso descalabro social e económico…
São milhões os euros esbanjados pelo Governo Sócrates, que utiliza a sua habilidosa linguagem política para enganar o povo! A desculpa é a crise mundial como se a incapacidade destes cinco anos de governação não seja já antiga! Lá vem com o papão da União Europeia, do Fundo Monetário Internacional, da OCDE e dos mercados financeiros…a desorientação é total! Um dia o ministro das Finanças ou dos Transportes diz uma coisa no dia seguinte o primeiro-ministro vem desmenti-los! Mas não diz porque é que têm que ser os trabalhadores a pagar a crise, ou pelo menos os mais sacrificados em 2011 e anos seguintes! Porque é que têm que diminuir o deficit à custa do corte nos ordenados dos funcionários públicos, aumentando o IVA, diminuindo as percentagens na saúde e educação, alterando as deduções à colecta com maior incidência para os escalões intermédios e roubando o abono de família aos casais com filhos de mais baixos recursos económicos?
A crise não é paga por TODOS! O Estado é o primeiro a dar um mau exemplo quando transferiu este ano para as Empresas Públicas qualquer coisa como mil milhões de euros! Quando permite que sejam trocadas constantemente frotas automóveis em bom estado por milhões, como das Aguas de Portugal, do próprio Parlamento e do Governo, assessores, ministérios, etc.
Este não é o meu País! Será o seu?
Em Portugal as disparidades entre as diversas classes sociais são das maiores de toda a Europa! Existe actualmente o núcleo dos ricos e depois uma miscelânea que engloba os remediados e os pobres, com milhares de lares vivendo abaixo do limiar da pobreza! Vem aí o Orçamento para 2011 e os cortes brutais que vão ser impostos aos portugueses foram previamente acordados num encontro secreto entre José Sócrates e o secretário geral da OCDE, seu amigo do PSOE espanhol e que veio a Lisboa afirmar que é preciso que os portugueses compreendam a necessidade destas medidas para a redução do deficit publico!
Os portugueses são uns autênticos “totós”! Falam muito, nos cafés e nas tertúlias de amigos, criticam, mas somos um povo de tradição pacifica, sem hábitos de nos manifestarmos colectivamente, subjugados ao poder político e acabamos sempre por baixar os braços e deixar que nos ponham o pé em cima! Esta “cultura” de subserviência já vem dos primórdios da nossa História desde D. Afonso Henriques!!! É o apertar do cinto até ao último furo! Esperem por 2011! Os problemas vão-se agudizar… são os milhares de jovens sem emprego, as famílias a passar fome, maiores dificuldades no acesso à saúde e educação, redução do poder de compra, milhares de empresas e lojas a fechar, uma cada vez menor produtividade e um aumento da emigração. As pensões são congeladas pelo menos no próximo ano, tudo isto para que o Governo tente reduzir o deficit para os tais 4,7%... à custa do Zé! Mas quem acredita? Ah pois com mais algumas medidas lá para o verão de 2011 se até lá estas não chegarem! Alguém tem dúvida? Eu não!
Este não é o meu País! Será o seu?
Então e os quinze milhões de euros que o Estado vai pagar para adquirir equipamento do mais sofisticado para equipar as forças de segurança na protecção da cimeira da Nato que se vai realizar em Lisboa? Que luxo!!! Os cortes salariais na Administração Pública vão atingir mais de 450 mil trabalhadores? A estratégia foi conseguida! Para não cortar o subsídio de Natal em 2011 vai daí faz umas reduções mensais no salário e no final do ano tudo fica bem disposto!!! José Sócrates é um verdadeiro “manipulador” das massas e um autentico craque televisivo e como já poucos acreditam nas suas palavras, precisa de renovar a sua imagem e aí o temos desdobrando-se em entrevistas aos canais televisivos, RTP, TVI e SIC!
Este não é o meu País! Será o seu?
Então continuemos de braços cruzados e esperemos pelos próximos anos!!!
Edgar de Carvalho
O PAIS VAI NU !
A Assembleia da República tem um projecto para discussão sobre o aumento do número de praias e parques de campismo para a prática de Nudismo em Portugal que conta com o apoio da Federação Portuguesa de Nudismo.
Já existem 8 praias oficiais a sul do Tejo, algumas mistas na costa portuguesa e um parque de campismo, onde o nudismo é autorizado. O naturista-nudista “é uma forma de vida em harmonia com a natureza, traduzida numa prática de vida colectiva para favorecer o respeito por si mesmo, pelos outros e pelo meio ambiente”! Ou seja é um pretexto para nos despirmos de preconceitos e andarmos sem roupa… uma espécie de actividade lúdica dos verdadeiros “amantes” do seu próprio corpo!
É evidente que esta é uma actividade que atrai algum turismo estrangeiro! Quanto aos nacionais já andam por aí milhares quase nus!
Eu acho muito bem! Afinal os portugueses necessitam de ar puro! A vida não pode ser condicionada por certos hábitos e complexos que nos “obrigam” a andar na rua com alguma roupinha no corpo…vem aí o verão!
Encontrei até um anúncio curioso que provavelmente é uma boa ideia para melhor viver no tal ambiente de naturismo: “Procuro companhia feminina para ir à praia de nudismo perto da Figueira, que faça nudismo ou topless, sem qualquer compromisso, apenas pela companhia. Se estiver interessada agradeço o contacto…”
Eu cá por mim até gosto de “descapotáveis”, anda aí cada brasa que até faz sombra ao sol! Com a crise instalada e as dificuldades do dia a dia a roupa até é secundária. Julgo mesmo que o Governo deve permitir que o pessoal possa andar na rua como lhe der na real gana. Se não chegam os ordenados para nos vestirmos melhor, talvez seja uma boa solução mais despidos. E que tal um parque de campismo versus nudismo ali para a Mata dos Marrazes por exemplo, sempre poderíamos passar umas férias em pelota!
É que este País preocupa-se com o secundário, perde tempo em discutir questões que abarcam um reduzido leque de portugueses (nada tenho contra o naturismo) e depois pretendem seguir exemplos de países com outro nível de vida, com opções culturais e ambientais já enraizados há dezenas de décadas!
Será tão urgente discutir esta questão no Parlamento quando já existem tantas praias oficiais e mistas, vários resorts e alguns parques de campismo mais que suficientes para a prática do nudismo?
Realmente neste País já nem de tanga! Só mesmo tudo nu!
Edgar de Carvalho
ORFEÃO DE LEIRIA
Um marco na música coral da cidade!
“Leiria, teu nome doce e singelo
É belo, lembra os murmúrios do Lis
Feliz de segredar mensagens do Castelo
Ao verde pinhal florido d’El-Rei D. Dinis”
Estes são os versos da primeira quadra do poema “Canção do Porvir” da autoria de Ernesto Henriques (música) e João Eliseu (letra), onde os símbolos mais representativos da cidade e da região, o Castelo, o Rio Lis e o Pinhal são cantados como Indicativo do Coral do Orfeão de Leiria desde a sua fundação em Maio de 1946! O saudoso coralista Joaquim Assunção, foi o tenor que mais anos cantou o solo da “Canção do Porvir” com a sua voz e timbre inigualáveis! A Tradição coral em Leiria remonta aos finais do século XIX, quando um grupo de leirienses resolveu aceitar o convite feito pelo Alferes de Caçadores 6, António Dias Costa Pinto, distinto pianista, dirigido a “alguns cavalheiros da cidade” e de que se transcreve o seguinte excerto publicado no Jornal “Distrito de Leiria” de 23 de Maio de 1886 “a exemplo do que se pratica desde muito tempo nas principais localidades de todos os países da Europa e do que já ultimamente se tem conseguido em Portugal, tenho projectado organizar em Leiria uma sociedade coral denominada “Orpheon Leiriense”. Este foi o alerta para que a cidade se movimentasse. Os leirienses dessa época corresponderam ao apelo e formaram a referida sociedade com o nome de “Sociedade Orpheonica Leiriense”, que teve como primeiros membros da Direcção António Dias Costa Pinto, Inácio Ayres Azevedo, José d’Oliveira Zúquete e Joaquim Zúquete. Em 1934 o Orpheon Leiriense passou a ser regido por Fernando Cabral e em 1938 por Ernesto Henriques, autor da música do Indicativo do que viria a ser o actual ORFEÃO DE LEIRIA, identificado e conhecido no País pelo seu Coro Masculino formado em Maio de 1946! A data de 6 de Dezembro de 1946 ficou na história do Coral do OL. Nesse dia sob a regência do maestro Ruy Barral o Coral fez a sua primeira apresentação publica à cidade no extinto Teatro D. Maria Pia, em Leiria. Desde 1946 o Orfeão de Leiria tem feito um percurso coral de grande relevância musical e até 1985 o Coro foi apenas constituído por homens. Em 1986 foi constituído o Coro misto que se desdobrava em Feminino e Masculino, formando uma composição alternativa que foi utilizada em muitos concertos com assinalável êxito! Hoje a formação mais corrente é a do Coral misto, mas mantêm-se o Coro masculino que nalguns concertos participa com programas específicos. O Coral do Orfeão de Leiria que foi o símbolo para a fundação da Associação Cultural mais antiga da cidade, é uma das muitas vertentes da actual Instituição “Orfeão de Leiria/Conservatório de Artes-OLCA”, uma Escola de Ensino oficial das mais credenciadas do País, com uma mescla de actividades, onde se salienta, a Música, a Dança, os Festivais de Música e os diversos cursos de verão com uma gama de professores de nível internacional! O Coral do Orfeão de Leiria já efectuou milhares de concertos, em Portugal Continental e Insular (Açores), um pouco por toda a Europa e América ( Brasil/2000) e apresentam-se em programas à capella, com instrumental ou com orquestra, em participações a solo ou com outros grupos, em intercâmbios nacionais ou internacionais e nos mais variados festivais de Música, como o de Leiria e de Coimbra. Um dos maiores troféus da sua longa carreira foi o 3º lugar (medalha de Bronze), alcançado no “17º Festival Internacional Millenium Musica do Advento e de Natal” realizado em Praga (Republica Checa) em 2007, na categoria de coros mistos - mais de 25 elementos - em competição com 16 coros de países do leste e centro da Europa de grande qualidade técnica e artística. A última digressão europeia foi em 2008 a Itália, onde participou no “Festival de Outono” na cidade de Soave, com um coro Irlandês e dois coros da cidade. O Coro do OLCA é um pioneiro da música coral em Portugal e uma referência para todos quantos se interessam pelos valores culturais da cidade de Leiria!
Edgar de Carvalho
Edgar Carvalho
edgar carvalho
Edgar Carvalho
A FOME NO MUNDO E O MUNDO DO FUTEBOL
As palavras (F)ome e (F)utebol apenas têm em comum iniciarem-se pela mesma letra!
Afinal são perfeitos antónimos neste mundo de contradições, egoísta e violento.
Hoje é comum termos imagens de fome, de miséria, de morte e ao lado, nos ecrãs e nos média do desporto, vermos a multimilionária indústria do futebol com as megas transferências de jogadores de outras galáxias como os Zidanes, os Beckams, os Kákás, os Messis e os Ronaldos!
A mais recente, a mais cara de sempre, foi a do “puto” português, Cristiano Ronaldo que se transferiu do Manchester United para o Real Madrid por 93 milhões de euros!
Uma verba correspondente a 25 euros por minuto, 36 mil euros por dia e 1 milhão e oitenta mil euros por mês! Uma verdadeira loucura!
Vivemos numa sociedade injusta, onde os contrastes são aberrantes! Uma sociedade com milhões de pessoas a morrerem à fome, com povos em constantes conflitos, a viverem em permanente sofrimento… O número de pobres não pára de crescer e já atinge 310 milhões de pessoas no Globo! Mais de 950 milhões passam fome nos quatro cantos do Mundo!
De acordo com o Relatório da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), em algumas regiões do Planeta, principalmente em África, grande parte da população tem um consumo diário de apenas 50 cêntimos do dólar.
800 milhões de pessoas que sofrem de fome estão em países da Ásia e da África.
Quarenta por cento da população mundial vive em pobreza e em cada 3,5 segundos morre uma criança de fome e 25 mil pessoas por dia no Mundo!
Do outro lado da barricada, o FUTEBOL, com jogadores sem cultura, mas predestinados para este desporto que arrasta multidões, vai vivendo destas jogadas, com empresários e presidentes de clubes em manobras de bastidores, servindo-se do marketing publicitário, apenas para alimentarem o ego dos milhões de fanáticos espalhados pelos cinco continentes, muitos a passarem fome, mas dispostos a alimentarem-se de ilusões!...
Não há leis, não existe força nem vontade dos responsáveis máximos do futebol, mas há interesses que movimentam milhões de euros e são distribuídos pela máquina trituradora que é a indústria do Futebol!
Esta dicotomia Fome/Futebol é bem o exemplo da falta de solidariedade à escala planetária, onde os países mais poderosos apenas estão interessados em defenderem os seus planos, desenvolverem as suas estratégias e continuarem a dominar os países menos desenvolvidos numa total dependência e exploração económica e social!
Só assim é possível continuarmos a ver povos a arrastarem-se na lama da miséria, crianças e idosos a vegetarem em total abandono e milhões a sobreviverem sem qualquer dignidade humana!
A luta pela solidariedade internacional contra a fome é uma cruzada que compete a todos, mas principalmente aos Países mais ricos, ao chamado grupo do G8 e aos Americanos!
È importante sensibilizar os Estados, as Instituições Civis e as populações de todo o Mundo para a necessidade urgente de acabar com esta miserável distorção, onde um só Jogador de Futebol ganha por mês uma quantia que dava para alimentar 8,6 milhões de etíopes!
NÃO Á FOME!
COMBATAMOS OS EXAGEROS DO FUTEBOL!
Edgar de Carvalho
AMBIENTE SAUDÁVEL É MAIS VIDA!
2009 é o Ano Internacional das Fibras Naturais, como complemento de uma vida saudável!
A FAO – Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação observa que um dos objectivos é criar uma maior consciência e estimular a demanda pelo uso das fibras naturais. A utilização e consumo de mais fibras naturais dependem de um melhor ambiente e um maior conhecimento da vida da natureza!
Mais espaços verdes, mais reservas naturais, despoluição dos rios, ribeiras e lagos, redes de saneamento em todas as zonas populacionais, mais água potável, são algumas das principais necessidades que têm uma importância fundamental na melhoria da qualidade de vida das pessoas mas também para um consumo de produtos naturais com mais garantias para a saúde.
A biodiversidade – a teia da vida na terra – é essencial para a qualidade da existência e bem-estar da humanidade e constitui um elemento crucial na sustentabilidade da dimensão social, económica e espiritual em qualquer sociedade do mundo.
A protecção de áreas de floresta integradas na conservação da natureza é um exemplo tanto pelo contributo no combate ao aquecimento global como pela retenção da diversidade biológica.
Na célebre cimeira de Quioto, a tal que não teve a aprovação dos americanos e do Governo de Bush para que fossem tomadas medidas à escala mundial com o objectivo de diminuir a poluição do planeta, reduzindo-se a emissão de monóxido de carbono (CO2) para a atmosfera, foi assinado um protocolo que resultou em diversas medidas de defesa do meio ambiente.
Organizações ambientais como a Quercus e a Oikos têm alertado para a degradação do ambiente em Portugal com graves implicações na saúde das comunidades e na necessidade de serem lançadas acções no terreno para diminuir o impacto da poluição e proteger as espécies naturais.
Em Portugal já existem algumas associações vocacionadas para a área da biologia, com a implementação de Parques Biológicos e Estações de Biodiversidade.
O Pai da origem das espécies e o seu contributo para o entendimento da vida na Terra deve-se a Charles Darvwin, o mais célebre investigador e naturista da sua geração (1809-1882), tendo iniciado praticamente a sua adolescência em deambulações pelo campo coleccionando insectos, minerais, rochas, plantas e animais.
Os livros que Darwin escreveu ao longo da sua vida sobre plantas, as trocas de experiencias e as observações na sua propriedade em Down, foram de importância vital para o estudo das espécies e para o seu aproveitamento em termos biológicos e da saúde nos dias de hoje!
Existem em Portugal alguns Parques biológicos e botânicos, nomeadamente: Parque Botânico do Outeiro do Cornalhão em Crestuma, Parque da Quinta dos Castelos em Santa Marinha e O Parque Biológico, de Gaia.
Reservas Naturais como a do Estuário do Douro e do Tejo e os Parques do Paul da Tornada em Caldas da Rainha e os Parques das Dunas em Cantanhede, Aguda, Lavandeira e o Geo Parque de Arouca, são algumas das áreas protegidas.
Um melhor ambiente, uma atmosfera menos poluída, uma diminuição da emissão de gases CO2, mais energias renováveis e eólicas são factores importantes para um melhor bem estar das populações de todo o Mundo!
É preciso combater a degradação da qualidade do ar, evitar a exposição humana e dos ecossistemas a substâncias tóxicas, a deterioração da camada de ozono estratosférico e as alterações climáticas.
O Homem deve ser o maior Amigo da Natureza e por isso contribuir para que as gerações futuras possam encontrar um Planeta mais limpo, menos poluido, mais saudável e com melhor qualidade de Vida!
Ambiente Saudável é mais Vida!
Edgar de Carvalho
LEIRIA DOS VELHOS TEMPOS
“O SINALEIRO”
Leiria dos velhos tempos
Das histórias da cidade
De alegrias e sofrimentos
Mas também de muita saudade!
Outros hábitos e tradições
Que agora vou recordar
Um tempo em que as gerações
Andavam mais devagar
É a história dos sinaleiros
Que do alto do seu pedestal
Dirigiam o trânsito
Que passava no local!
Leiria, como na generalidade das cidades portuguesas entre as décadas de 30 a 80 e logo após o inicio da revolução industrial, também foi contagiada com o desenvolvimento económico e social que começou a atrair mais gentes à sua urbe.
Apareceram mais veículos automóveis, com outra comodidade, acabaram as antigas charretes e carroças puxadas por mulas e os velhos hábitos de lazer e calma que percorriam a cidade foram sendo alterados com um maior fluxo automóvel que era preciso controlar e regular!
Foi assim que surgiram os primeiros sinaleiros, polícias especializados para regular o tráfego nas principais artérias, cruzamentos ou largos onde desembocavam as ruas de maior movimento!
Com gestos bem sincronizados, luvas e capacetes brancos, no alto das tradicionais peanhas de madeira pintadas com riscas brancas e vermelhas os agentes sinaleiros orientavam o trânsito, ora fazendo sinais para parar ou avançar! Nas estações de Inverno e de Verão era hábito colocarem nessas peanhas chapéus largos (como os usados nas esplanadas) para proteger os sinaleiros da chuva ou do sol!
Uma curiosidade era o “Natal do Sinaleiro” e que consistia na colocação de um pequeno pinheiro junto a cada peanha, onde os condutores deixavam as suas prendas, como reconhecimento pelo seu trabalho ao longo do ano e contributo para uma melhor segurança rodoviária!
O primeiro serviço de sinaleiro em Leiria iniciou-se em 1930 e prolongou-se até Dezembro de 1980.
Os locais mais movimentados tiveram durante várias décadas agentes sinaleiros a orientar o trânsito em Leiria, como no cruzamento da Portela (junto à Câmara Municipal), no Largo Marechal Gomes da Costa (centro histórico), onde desembocavam seis ruas, no cruzamento da Av.dos Combatentes da Grande Guerra com a rua Dr. Correia Mateus e o mais concorrido o do Largo Alexandre Herculano (saída da Ponte Afonso Zúquete) em frente ao ex-Teatro D. Maria Pia, actual Fonte Luminosa, onde foi construída em 2008 a “Rotunda do Sinaleiro”.
A partir de 1981, com as alterações introduzidas na circulação viária, criação de rotundas e a implementação das novas tecnologias com a instalação de semáforos nos principais cruzamentos da cidade, Leiria iniciou uma nova era com a substituição do último sinaleiro, personagem simpática e típica para os leirienses, pelos modernos sistemas automáticos de coordenação do trânsito.
Sinais de um tempo que passou mas que se recorda como um contributo humano do sinaleiro, personagem imprescindível na evolução da circulação automóvel até aos dias de hoje!
GRUPO ESCULTÓRICO "CAMPONESAS DO LIS A CAMINHO DO MERCADO"
Autor Anjos Teixeira Filho (1945)
Dia Mundial da Floresta e da Árvore
O Dia da Árvore foi comemorado oficialmente pela primeira vez no Estado norte americano do Nebraska em 1872.
Em 1971 por proposta da Confederação Europeia de Agricultores foi estabelecido o Dia Mundial da Floresta que se passou a comemorar no dia 21 de Março de cada ano.
Defender a Floresta é preservar o ambiente, é melhorar a qualidade de vida e contribuir para tornar o Planeta menos poluído e mais saudável!
A floresta, a árvore, são dos recursos naturais mais importantes na vida dos Povos! Ainda recentemente a tragédia que se abateu sobre a Austrália com um mar de fogos a engolir grande parte do país, a destruir cidades e a matar centenas de pessoas é um exemplo dos perigos cada vez mais fortes do efeito de estufa que se abate sobre as florestas em todo o mundo!
Hoje o Homem tem graves responsabilidades na protecção do Ambiente, não só pela falta de acções preventivas e de combate aos fogos, nomeadamente nas grandes reservas florestais como é o caso da Amazónia, no Brasil, mas permitindo mesmo o abate de longas extensões. As alterações climáticas, os interesses económicos, a falta de limpeza e manutenção das matas e florestas e as queimadas, são factores que têm facilitado o ressurgimento de um maior número de incêndios.
Portugal, um pequeno país com uma enorme tradição florestal, com grandes áreas de eucaliptos, sobreiros e pinheiros, nos últimos anos tem sido palco de um lapidar progressivo das suas riquezas, com enormes prejuízos sociais e económicos. Muitos dos fogos são postos por incendiários que pelos mais variados aspectos colocam o país a arder sem que sejam tomadas as medidas para acabar com estes crimes de destruição da natureza!
Regiões com matas frondosas e serras de grande interesse turístico com paisagens espectaculares, como as Serras do Marão e Gerez, Luso e Buçaco, Sintra e Arrábida e o histórico pinhal de Leiria que se estende ao longo da costa litoral oeste, são das reservas naturais mais ricas de Portugal que é preciso preservar!
A reflorestação das áreas ardidas, para além dos enormes encargos e prejuízos para as populações, demoram muitos anos até atingirem o ponto de crescimento que reponha a floresta como um factor natural de defesa do meio ambiente!
É importante ao assinalar-se mais um Dia Mundial da Floresta e da Árvore, recordar que cabe ao Homem e aos Governos de todo o Mundo, às Associações Ambientalistas, como a Oikos e a Querqus, em Portugal e às populações, tomarem as medidas para que se possa minimizar este flagelo que vai destruindo uma das maiores potencialidades económicas e ambientais do Planeta!
Plantar uma árvore é contribuir para o sequestro do CO2, para melhorar a qualidade de vida ambiental e para a conservação e fortalecimento da biodiversidade!.
Cedro com 130 anos/copa 26,45 m.diametro Buçaco
Edgar Carvalho
DIA INTERNACIONAL DA MULHER
“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”
(Artº 1º- Declaração Universal dos Direitos Humanos)
Ser mulher é ter direitos iguais numa sociedade desigual!
O Dia Internacional da Mulher que se assinala em 8 de Março, tem um significado especial, já que ele representa a luta das mulheres de todo o mundo pela sua total emancipação.
Neste dia do ano de 1857, as trabalhadoras de uma fábrica de fiação e calçado, na América do Norte na cidade de N. Iorque, vieram para a rua protestar por melhores condições de trabalho e pela redução do horário laboral, tendo sido fortemente reprimidas com uma violenta carga das forças policiais.
Em 1975, em sinal de apreço pela luta das operárias dessa fábrica, símbolo das mulheres de todo o mundo, as Nações Unidas consagraram aquela data como o Dia Internacional da Mulher.
A exploração da Mulher vem dos primórdios da escravatura humana !
Hoje, em pleno século XXI, continuam a existir graves assimetrias entre o Homem e a Mulher, é a chamada escravatura da era moderna.
Estima-se que existam actualmente cerca de 12 milhões de escravos em todo o mundo, dos quais 7 milhões são mulheres sujeitas às mais diversas formas de tortura, de exploração sexual e laboral, vivendo em situações degradantes, sem um tecto e passando fome, nomeadamente em muitos países do continente africano.
Nos países mais desenvolvidos a exploração é mais sofisticada com problemas diversos, como o desemprego, a diferença salarial para iguais tarefas, a responsabilidade das tarefas caseiras e do acompanhamento dos filhos, a violência doméstica, etc.
Neste aniversário de mais um Dia Internacional da Mulher a segregação continua a prevalecer e mesmo nalgumas regiões do Globo, como na Ásia e África é até considerada como uma condição histórica de descriminação social sem direitos iguais ao Homem e sujeita a todo o tipo de violência física e psicológica!
É tempo do Mundo, dos Países mais desenvolvidos, das Potências mais ricas e industrializadas dedicarem a este estigma social e cultural acções conjuntas que levem à integração da Mulher na sociedade com os mesmos direitos do Homem!
Em Portugal as Mulheres representam mais de metade da população!
EM DEFEZA DA PAZ E DOS DIREITOS DA MULHER!
MULHER
A mulher é seiva da vida
É ternura e é amor
É mãe e é trabalho
É lágrima e sacrifício
É caminho e é fulgor
É o símbolo da liberdade
É futuro de confiança
É exemplo de tenacidade
É uma flor de esperança!
SIM PELA EMANCIPAÇÃO TOTAL DA MULHER!!
PRESTO A MINHA HOMENAGEM A TODAS AS MULHERES LUTADORAS!
Edgar de Carvalho
MENU CONTRA A CRISE!
A crise está na ordem do dia !!!
É uma realidade incontroversa com os governos de todo o mundo a tentarem minorar a mais grave “epidemia” económica e social desde a II Guerra Mundial.
As estratégias que estão a ser implementadas, nomeadamente com programas de investimento público, não parecem ser a melhor opção se olharmos para os milhões de desempregados, para as empresas de alta tecnologia com redes em todo o globo a encerrarem e milhares de famílias a viverem abaixo do limiar da pobreza!
Os milhões de euros que o Governo português tem injectado na Banca e os milhões que pretende “investir” em novos empreendimentos, seriam melhor aproveitados se houvesse um plano de apoio à recuperação das PME’s e uma redução dos impostos de primeira linha, como o IRS e IVA, de acordo com a análise de reconhecidos economistas. O executivo de José Sócrates, já está em pré campanha eleitoral e por isso começou a sua corrida por todo o País, com os mesmos argumentos e um discurso falacioso que já não convence ninguém! De promessas está o mundo cheio!
O Governo não controla o desemprego nem tem capacidade para evitar o encerramento das empresas quanto mais para construir aeroportos e auto estradas… se o povo não tem dinheiro como é que vai passear?
Os cidadãos estão preocupados com o presente e não vêem qualquer luz ao fundo do túnel! Esta crise mais parece um folhetim com características de uma qualquer especialidade gastronómica cozinhada ao sabor dos mais poderosos e das grandes fortunas que dominam o País…
Por tudo isto sugiro este menu “À Portuguesa” com os seguintes produtos mediáticos: Entradas – “Apito Dourado”; Sopa - “Operação Furacão”; Prato – “O Buraco do BPN” ; Vinhos – “Casal Felgueiras”;Sobremesas – “Novela Casa Pia”; Aperitivos – “Freeport”!
Uma refeição com todos estes ingredientes é a melhor das dietas para quem sofre de indisposição política e anda com azia à corrupção que se agrava sem que o Governo tome quaisquer medidas para a combater!
Esta por certo não é a ementa democrática que o Povo deseja! Vivemos hoje uma democracia que não permite aos partidos da oposição, acorrentados às suas propostas, apresentarem alternativas porque não podem transpor a barreira da teimosia e prepotência do actual Governo de maioria absoluta! E quando a crise impõe as suas leis e o Governo se fecha cada vez mais e se isola da sociedade que o elegeu é natural, mas preocupante, que os portugueses se divorciem deste tipo de governação!
Edgar de Carvalho
MIGUEL TORGA E A CIDADE DE LEIRIA
Miguel Torga nasceu em 1907, numa pequena aldeia em S. Martinho de Anta, concelho de Sabrosa (Vila Real), Trás-os-Montes e faleceu em Coimbra em 1995.
Miguel Torga ficou para a história como um dos vultos mais importantes da literatura portuguesa, com o seu estilo inconfundível, tendo deixado uma vasta produção literária desde Diários, Ensaios, Contos, Poesia até aos Romances e recebido ao longo da sua vida vários prémios e homenagens.
Miguel Torga teve um percurso difícil. Filho de camponeses pobres, terminou a 4ªclasse com distinção.
Esteve um ano no Seminário em Lamego, onde lhe foram reconhecidos talentos de escrita fora do comum. Aos 13 anos, em 1920, seus tios levaram-no até ao Brasil e por lá ficou a trabalhar na Fazenda, em Santa Cruz, Estado de Minas Gerais.
Reconhecendo no sobrinho qualidades e grandes capacidades para além do trabalho nos campos, o tio pagou-lhe os estudos e Adolfo Correia da Rocha, nome de baptismo, regressou a Portugal e foi estudar para Coimbra, tendo entrado na Faculdade de Medicina em 1925.
A sua veia poética traduziu-se no seu primeiro livro de versos, enquanto estudante intitulado “Ansiedade” publicado em 1929.
Ainda no curso de medicina iniciou uma relação de amizade através da revista “Presença” tendo colaborado com escritores como José Régio, Branquinho da Fonseca, João Gaspar Simões, Edmundo Bettencourt, entre outros.
Acabada a licenciatura em Medicina, com 24 anos, foi exercer Clínica Geral para Miranda do Corvo, mas cedo se radicou em Coimbra.
Em 1934 usa pela primeira vez o pseudónimo “Miguel Torga” com o qual assinaria toda a sua Obra. “A Terceira Voz” marcou essa identificação.
Em 1939 abriu um pequeno consultório de clínica geral em Leiria, na actual Rua João de Deus, um pequeno troço que desemboca no chamado “Terreiro”.
A cidade do Lis sempre o encantou! Nos dois anos em que ali exerceu medicina partilhou a sua veia de escritor nas horas vagas com as consultas que ia fazendo aos seus doentes. Aos fins-de-semana regressava à sua terra de adopção Coimbra, onde se encontrava com professores e intelectuais como Paulo Quintela, Vitorino Nemésio, etc.
Em Leiria, onde permaneceu até 1941, continuou a escrever algumas das suas obras, como “O Quarto Dia da Criação do Mundo” e aquela que viria a ter mais edições “Os Bichos”.
Apesar da sua fugaz passagem por Leiria a sua vida pessoal viria a ficar marcada, quando a PIDE ali o prendeu. Miguel Torga esteve três meses encarcerado no Aljube, supostamente por ter escrito um texto sobre a Guerra Civil em Espanha que não agradou aos esbirros da ditadura de Salazar!
Em 1941, por causa das dificuldades com as impressões nas tipografias locais, regressou definitivamente a Coimbra e abriu um consultório no Largo da Portagem.
Iniciou o que viria a ser o “Diário” e em 1993 publicou o 16º e último volume.
Em 1954 recusou um prémio literária atribuído por ocasião das comemorações do centenário de Almeida Garrett.
Recebeu muitos outros prémios e homenagens ao longo da sua carreira personalizada numa invulgar estética de poeta e escritor como “Prémio Diário de Noticias/1969”, Prémio Internacional de Poesia das Bienais de Knokke-Heist/1976”, “Prémio Camões/1990” e “Prémio Crítica/1993”, entre outros.
Da sua vasta produção literária destacam-se obras como “Ansiedade” (1º livro de poesia), “Pão Azimo” (1º livro em prosa), “Os Bichos”, “Mar",Terra Firme”, “Vindima”, “Contos da Montanha”, “O Quarto Dia da Criação do Mundo” e “O Senhor Ventura” a par de muitos outros escritos, versos, romances e ensaios.
Miguel Torga faleceu em Coimbra em 1995.
CASA ONDE NASCEU O ESCRITOR MIGUEL TORGA
Edgar de Carvalho
NATAL É SEMPRE NATAL!
Crise mundial! Fome, guerras, conflitos multi-raciais, problemas ambientais à escala global! Etnias em sangrentos confrontos religiosos! Catástrofes, inundações, terramotos, tufões, ciclones e milhares de vitimas por todo o Planeta!
A actual conjuntura social económica e financeira que se vai abatendo em alterosas vagas que a pouco e pouco inundam os Países menos desenvolvidos e estão a desmoronar o edifício do capitalismo com particular incidência nas maiores potências mundiais, pode vir a provocar um caos humanitário difícil de estancar!
Mas apesar desta imagem preocupante que está a alastrar-se afectando milhões de pessoas do Pólo Norte ao Pólo Sul, o Homem continuam ciclicamente, ano após ano, a respeitar uma tradição cristã de mais de dois mil anos, celebrando em 25 de Dezembro o NATAL!
Época festiva na qual as pessoas tentam por uns dias fazer “esquecer” os seus problemas pessoais, profissionais ou sociais, e extroverter um pouco dos seus sentimentos, tornando-a num espaço de solidariedade e de amizade. Convívios familiares ou de amigos transformam esta Quadra num espaço de menos tristeza e de alguma esperança num futuro mais promissor!
É uma tradição cristã que se estende a outras religiões, com especial significado entre os católicos, que a festejam com grande pompa desde a confecção de bonitos presépios até às Missas de Natal.
Neste período acontecem acções de grande ajuda ao próximo, como a recolha de bens alimentares, distribuídos por Instituições Humanitárias que os fazem chegar às famílias mais necessitadas, proporcionando-lhes algum conforto físico e moral!
As comemorações de Natal, de um modo ou de outro, são sentidas entre os Povos como um incentivo à aproximação dos seres humanos e uma forma de minimizar as complexas divergências ideológicas e religiosas que continuam a marcar negativamente o Mundo dos nossos dias!
É nesta conjuntura e num quadro de enormes e perigosas convulsões sociais resultantes da crise que se abateu sobre as populações do Globo, que este Natal de 2008 vai ser também um Natal diferente para muitos portugueses! Um Natal de alguma reflexão, mas também um Natal em que provavelmente, muitos de nós, mesmo os menos crentes ou os ateus, vão participar com um sentimento de maior intimidade familiar e tentar ajudar à reconciliação da Humanidade!
O Natal, para além de ser um símbolo de Harmonia entre os Povos católicos é uma tradição na qual a representação do nascimento do Menino Jesus é um exemplo para que os Homens possam alcançar a liberdade e viver um futuro com melhor bem-estar e de Paz, onde as Guerras não tenham mais lugar!
O Natal é tradição nos quatro cantos do mundo!
Desde a Lapónia, no Pólo Norte, com o Pai Natal a levar as prendas no seu trenó deslizando na neve puxado pelas renas, até ao hemisfério sul, com as prendas no sapatinho ou ao redor da árvore de natal e às feéricas iluminações um pouco por toda a parte, todos nós recordamos a nossa meninice e retornamos um pouco à criança que também fomos para nos juntarmos aos nossos filhos e netos num ambiente de alegria!
Como diz o poema “Natal é tempo de Amor! Todo o Mundo é igual”
Natal é viver a alegria num outro mundo de magia, onde as crianças possam construir com os seus sonhos um castelo de estrelas que não seja só fantasia mas também o desejo de um futuro mais feliz e mais próspero para TODOS!!!
FELIZ NATAL COM PAZ E AMOR
Edgar Carvalho
Edgar Carvalho
PORTUGAL SEM FUTEBOL
É COMO UM JARDIM SEM FLORES?
O que vai ser deste país sem futebol neste verão de 2008?
Como vão viver os portugueses sem os seus ídolos?
É triste ver o sofrimento estampado no rosto de milhares de fãs do futebol, sem terem agora com quem discutir as tácticas ou as substituições do mister Scolari, o tal Filipão que já foi de malas bem recheadas de libras para Inglaterra!
O que vão fazer agora esses jovens fanáticos da bola, sem motivos para descarregarem as suas bebedeiras nas ruas e esplanadas e para descambarem em correrias nos seus carros pondo em perigo a vida dos cidadãos?
Tenho pena deste meu Portugal, porque a tal “selecção de todos nós” se transformou no filão só de alguns, num país a sofrer a maior crise económica e social dos últimos trinta anos!
Mas há males que vêm por bem!
Ainda assim foi bom a rapaziada ser corrida do Euro mais cedo do que os “adivinhos” profetizavam!
O Scolari já tem mais tempo para escrever o seu livro “ Eu é que sou o burro?”.
O Cristiano Ronaldo já pode procurar outro clube para ganhar mais algum que o ajude a comprar outra casita, a alimentar a família e a sustentar mais umas “gajas”! Quanto ao Ricardo, vai puder tirar um curso por correspondência: “Os frangos também se abatem”.
Os restantes jogadores, cansados de tanto trabalho, emigraram com as famílias e refugiaram-se no Algarve!
Quanto ao “Povão”, esse que tranquila e ingenuamente alimenta o futebol, vai agora ter tempo para pensar nos seus problemas e qual será o seu futuro nesta sociedade…
Somos um País de contrastes gritantes! Com a tal mania das grandezas que herdámos de D. Afonso Henriques, quando pensou que aliando-se aos espanhóis e derrotando os mouros tomava conta da Península Ibérica… Pois é! Só que nesse tempo ainda o futebol era jogado de outro modo… as bolas eram petardos e os jogadores trepavam aos castelos para conseguirem alguma comida … Hoje é o que se vê!
Meia dúzia de jogadores, empresários quanto baste e toda uma organização de marketing bem oleada movimenta milhões de euros que fazem do futebol a mais poderosa indústria de sempre!
Quanto ao resto, é tempo de todos nós pensarmos que os problemas do País, os nossos, os das nossas famílias, o futuro dos nossos filhos e netos não se resolvem com o futebol e muito menos com esta louca euforia que desabou como um baralho de cartas em poucos minutos!
Temos o Portugal que merecemos, mas também porque não sabemos combater aqueles que se servem do nosso trabalho, do poder e da governação para aproveitando a nossa indiferença e conformismo continuarem a fazer uma política anti-social e a privilegiar uns tantos amigos e lobbies que dominam o país a seu belo prazer!
Essa ideia nova da tal “Taxa Robin dos Bosques” que anda a germinar no iluminado cérebro de Sócrates, só pode ser uma invenção para as próximas eleições…
A não ser que seja para aplicar ao contrário desse “herói” dos tempos das histórias aos quadradinhos da nossa infância… Este Robin dos Bosques da era moderna provavelmente deve ser para tirar mais algum aos pobres e encher os bolsos dos ricos!!!
Heróis, heróis, são os jogadores de futebol! O resto é conversa!!!
Finalmente que o Presidente da República descobriu que “há mais vida e desafios para lá do futebol que agora temos que enfrentar ”! Palavras suas depois do afastamento da Selecção do Euro!!! Vejam lá se a malta era campeã da Europa!!!
Acabava a crise, não havia mais desemprego, os problemas com a saúde e a educação eram resolvidos e as famílias tinham uma vida com mais bem estar e melhor futuro!
Mas então o Presidente esqueceu-se de receber em Belém a Selecção depois de regressar da Suíça? Afinal também tem mau perder!...
É que o nosso Jardim, vai continuar infelizmente por muito mais tempo sem flores!
edgarcarvalho
O GOVERNO SOCRATES VAI DE FÉRIAS!
E OS PORTUGUESES?
“Portugal é o país da União Europeia onde o fosso entre ricos e pobres é maior”.
Esta frase não é de um qualquer cidadão comum.
Esta verdade é de D. Manuel da Silva Martins, primeiro bispo de Setúbal e faz parte de um artigo publicado no “Noticias Magazine” do JN!
Aí está o verão à porta! Pelo que dizem os meteorologistas vai ser um dos mais quentes dos últimos anos! Pelo menos para os portugueses!
Não será pela recessão económica, ou pelas questões ambientais. Nem sequer fruto dos preços dos combustíveis, nem dos cartéis organizados, ou da greve dos maquinistas da CP, dos protestos dos camionistas, ou mesmo da emigração forçada de milhares de portugueses à procura de melhores dias…
Todos sabemos, TODOS, independentemente das nossas convicções políticas ou opções Partidárias, que a crise actual, uma das maiores e mais preocupantes dos últimos vinte anos é fruto das más políticas dos vários Governos, agravadas pelo actual, desde que foi eleito em 2005! A conjuntura internacional não pode ser culpada de todos os males do nosso País!
Hoje fruto de uma gestão neo-liberal, que tem protegido os lobbies instalados e a Banca, que arrecadam milhões de lucros, existem reacções de conflitualidade permanente e enormes bolsas de pobreza e de fome que atravessam a nossa sociedade com a classe média a sofrer as consequências desta política anti-social.
Não é de hoje a falta de incentivos para sectores vitais como a agricultura e as pescas.
O aumento do desemprego, a incapacidade para a colocação dos jovens licenciados no mercado de trabalho e a fuga dos melhores investigadores para o estrangeiro, são alguns dos exemplos do desinteresse do Governo pelo futuro dos portugueses.
Algumas migalhas para os reformados e essa “coisa” do abono para as jovens mães, ou os descontos nas taxas moderadoras para a terceira idade, são meros paliativos para distrair a malta… aguardem pelo início de 2009 e aí teremos mais um pacote de promessas!!! As constantes deslocalizações das grandes multinacionais, sem cumprirem os acordos com o Governo, com milhares de trabalhadores atirados para a miséria familiar são a resposta das políticas anti-laborais do Governo! A sua acção neste campo tem sido ZERO!
Os “passeios” do Primeiro-Ministro à Venezuela e Argélia são apenas “fogachos” !
Os resultados dos acordos internacionais são normalmente em benefício dos grandes empresários que acompanham a comitiva e que mais tarde se apoderam das mais valias e arrecadam os lucros dos contratos firmados!
Agora para compor o ramalhete Portugal votou também a favor na União Europeia para que a semana laboral de trabalho possa ir até às 65 horas … provavelmente com cama incluída! Cada vez mais trabalho para sustentar os vilões!!!
Os portugueses com este panorama não podem ter “Férias”, ou então ficam pertinho de suas casas…enquanto os senhores ministros, esses “fogem” do País e esquecem quem ao longo do ano trabalhou no duro para lhes “sustentar” os vícios e as grandezas.
Mas como nem tudo é mau valha-nos o “São futebol” e o “Santo Euro 2008”!
Sempre andamos distraídos… E já agora apenas alguns números que o Euro movimenta: 1237 milhões de euros nas transmissões televisivas, 530 viaturas para transportar participantes e “amigos”, 10 mil jornalistas, 13 milhões de bilhetes e patrocínios oferecidos pela Carlsberg e 240 milhões de previsível lucro final para a UEFA!!!
Será que Portugal ganha alguma coisinha? Se a Selecção portuguesa vencesse o Euro…
Apesar de tudo tenho esperança que os portugueses pensem bem no presente e no que lhes reserva o ano de 2009! Acreditem que só com outra política económica e social o
País poderá ser mais solidário, com direito à dignidade a que temos direito e um melhor nível de vida para TODOS OS PORTUGUESES!!!
Assim NÂO!
Edgar de Carvalho
AS MEMORIAS DA CIDADE
O CASTELO DE LEIRIA
O castelo de Leiria é sem dúvida o mais emblemático monumento da cidade, um ex-libris que o identifica com a sua história, fazendo parte das memórias de um passado dos tempos das conquistas e das guerras com os mouros desde o reinado do primeiro rei de Portugal D. Afonso Henriques.
Situado num morro, em posição dominante sobre a cidade, na margem esquerda do rio Lis, rodeado pelo velho casario do centro histórico o Castelo é um belo e imponente monumento medieval.
Conquistado aos mouros em 1135 por D. Afonso Henriques, foi reconstruído em 1192, com uma cerca reforçada no reinado de D. Sancho I. Foi seu primeiro alcaide D. Paio Guterres, que tem uma praça com o seu nome na zona histórica da cidade.
Em 1195 depois do último ataque dos muçulmanos o pequeno burgo que vivia dentro das muralhas começou a expandir-se ao redor do Castelo chegando até aos “Castelinhos”, no sopé do monte.
Em 1254, D. Afonso III reúne as primeiras cortes em Leiria e no reinado seguinte, D. Dinis vem residir com a sua família para o Castelo e dá-se então início a um maior desenvolvimento económico e social da população que sentia uma maior protecção.
Por volta do século XV sucederam-se as primeiras feiras medievais a terem lugar na cidade que cresceu ao redor do Castelo, por praças, ruas e vielas.
No início do Séc XIX as tropas francesas provocaram extensos danos na cidade e no Castelo .
No final do século XIX, o arquitecto Ernesto Korrodi, suíço naturalizado português e radicado em Leiria, onde viria a casar e que deixou belas obras da chamada “Arte Nova”, como a “Vila Hortênsia”, o Mercado de Santana, o edifício da Câmara Municipal e o antigo Banco de Portugal, elaborou um projecto de restauro das ruínas do monumento. As obras do Castelo tiveram várias fases e foram concluídas na década de 1980
Defendido externamente por uma barbacã, a cerca é reforçada por torreões de planta quadrangular.
Na cerca exterior incluem-se a Porta do Sol (a sul) onde hoje está a Torre da Sé e a Porta dos Castelinhos (a norte).
No interior do Castelo pode admirar-se o Paço da Alcáçova, designado também pelo Paço da Rainha S. Isabel ou Paço Real, com diversas salas de concepção gótica e uma admirável galeria panorâmica com oito arcos ogivais, apoiados em capiteis duplos, com uma vista soberba sobre a cidade, com realce para o Centro Histórico, a Sé, Praça Rodrigues Lobo, Rio Lis e morro de NªSª da Encarnação.
A sua Torre de Menagem de 17 metros, com um pequeno museu no seu interior e as ruínas da Igreja da Nª Sª da Pena (estilo gótico) os antigos celeiros medievais, hoje oficinas de arqueologia da Câmara Municipal, o Pátio Interior e Porta da Traição são alguns dos locais que merecem uma visita atenta.
O Castelo é rodeado por uma primeira cerca muralhada que leva os visitantes a entrar pela Porta do Sol (junto à Torre Sineira) e a subir por uma rampa que dá acesso à entrada principal do Castelo pela Porta da Albacava (“recolha de gado” em árabe), em arco de volta redonda sob uma torre que funcionou como sineira da Igreja de Nª Sª da Pena.
O Castelo de Leiria tem uma localização privilegiada com uma majestosa paisagem ao redor e está classificado Monumento Património Nacional.
Edgar Carvalho
O PRAZER DA MUSICA!
Há oportunidades que a vida nos proporciona e que se tornam num prazer desejado pela mente, numa atracção mítica que quase sem sabermos como nos arrasta para descobertas de mundos inimagináveis de prazer e de boa disposição! É o caso da Música!
Quase sem saber bem como, dei um dia comigo a subir as escadas duma das colectividades mais antigas da cidade, o Orfeão de Leiria. Ouvi ensaiar o coro da casa. Gostei dos sons, do agradável ambiente e da repousante tranquilidade que envolvia toda aquela atmosfera! Depois sujeitei-me a um pequeno teste de audição, para ver se tinha algum jeito para cantar. Acabei por ser aceite e lá me “incluíram” naquele maravilhoso mundo da música coral onde ainda hoje continuo há mais de três décadas!
Sou amador, com rudimentares conhecimentos musicais, aprendi solfejo e consigo compreender e ler uma pauta de música! Quanto ao resto é o ouvido, a voz e o prazer de cantar em grupo!!!
Tem sido esse amor à música que me leva pelo mundo, graças ao Orfeão de Leiria, uma Instituição de grande prestigio cultural e artístico e que tem no Coral uma das suas vertentes de maior historial e mais representativa de Leiria e da região.
O Coral do Orfeão já participou em inúmeros concertos, a solo ou com outros grupos, em intercâmbios corais, em Festivais de Musica, em Encontros de Musica Coral, incluindo concertos com instrumental e orquestras sinfónicas
A música e as suas diferentes características de evolução cultural através dos tempos, desde a Música da pré-história, à música renascentista, barroca, clássica, moderna e vanguardista, incluindo a popular de raízes tradicionais, marca épocas na História da evolução humana e as suas raízes exercem forte influência no desenvolvimento cultural dos Povos.
É por tudo isto que a música me enche de prazer e é um “passatempo” saudável que ajuda a preencher alguns espaços da minha alma quando por momentos nos sentimos menos felizes!
Através da música somos diferentes do ser que julgamos que somos!!!
Cantar é sentirmo-nos mais felizes connosco e expressar através da música sentimentos de vivência cultural que contribuem para entendermos que os seus sons ajudam a compreender melhor as culturas de outras gentes!
Como disse o grande filósofo Marco Aurélio “É preciso muito pouco para tornar a vida mais feliz”!
E cantar é realmente uma forma simples de irmos ao encontro de quem precisa de ouvir e sentir a música como um meio de nos tornarmos e a tornar mais feliz!
Aprecio todos os tipos de música mas a clássica, de extraordinários compositores como Beethoven. Verdi, Mozart, Schubert, Fauré, entre outros, dão-me um prazer diferente e preenchem o meu ego !
Edgar de Carvalho
POETAS E ESCRITORES DE LEIRIA
(Cap. III)
Revisitei a minha cidade e retornei a um tempo de poetas e escritores. Descobri que afinal Leiria teve um período de grande fulgor cultural e artístico, com grandes vultos que desde 1500 até aos nossos dias se envolveram num espaço de meditação e de sonho espraiando as suas vocações pelo calmo e remansoso Lis, em romances e poemas que merecem ser recordados…
Passarei por aqui algumas dessa figuras, um pouco da sua vida e um pingo do perfume das suas Obras…
Poeta e prosador, nasceu em Leiria em 1579 (!)
Morreu afogado no Tejo em 1621, quando seguia de Lisboa para Santarém.
Era o príncipe dos poetas bucólicos de Portugal. Cantou a cidade!
A estátua da obra “O Pastor Peregrino” que está num recanto do Jardim Luís de Camões, representa nos romances bucólicos a figura pastoril que era o próprio poeta!
Nas suas obras destacam-se as “Éclogas”, “A Corte na Aldeia”, “O Pastor Peregrino”, “A Princesa” e as personagens que criou, Lisea, Lisandra, Lorino, Lucélio, Leontino, Lardénio,etc.
Autor de muitos poemas cantou a cidade de Leiria e os seus rios Lis e Lena. Utilizou o pseudónimo de “Lereno” e da mulher que amou “Juliana Lara” para as personagens que criou nas suas obras.
A Praça Rodrigues Lobo, com o busto do poeta em bronze é a sala de visitas da cidade, no coração do Centro Histórico e é uma homenagem ao poeta leiriense que teve uma curta vida mas um valioso percurso literário.
“Fermoso rio Liz, que entre arvoredos
Ides detendo as águas vagarosas,
Até que umas sobre outras de invejosas
Ficam cobrindo o vão destes penedos (…)
(Francisco Rodrigues Lobo)
AFONSO LOPES VIEIRA
Poeta naturista, cantor das belezas do mar, do pinhal, dos campos e dos animais.
Nasceu em Leiria em 1878, onde morou com os seus pais na Rua da Graça, onde se encontra um busto de bronze, no qual o poeta está debruçado sobre um rochedo contemplando o mar de S. Pedro de Muel. Bacharelado em direito em Coimbra em 1900, passou a sua vida entre Lisboa e a sua “Casa dos Búzios” na Praia de S. Pedro de Muel, hoje transformada em museu!. Foi nesta praia ao som do sussurrar do vento nos pinheirais e da voz das ondas do mar que se espraiavam pela areia até ao sopé da sua casa , que escreveu muitos dos seus poemas e alguns dos seus romances.
O “Naufrago”, “Auto da Sebenta”, “O Pão e as Rosas”, “Ilhas de Bruma”, “Saudação à Rainha Santa”, “O Encoberto”, entre outras obras, marcaram uma época importante na vida do escritor e do poeta.
“Ai flores, ai flores do Pinhal florido
Que vedes no mar?
Ai flores, ai flores do Pinhal florido,
Que grande saudade, que longo gemido
Ondeia nos ramos, suspira no ar!”
(Do livro “As Ilhas de Bruma”)
ACACIO SAMPAIO DE TELLES E PAIVA
Poeta natural de Leiria, nasceu no Largo da Sé em 1863. Frequentou o Liceu e faleceu em 1944 na Casa das Conchas, no Olival, concelho de Ourém. Diplomado em Farmácia, nunca chegou a exercer nem sequer na “Farmácia Paiva”, dos pais, cujo edifício ainda se encontra com os seus belos azulejos na Largo da Sé, seguindo a carreira de funcionário das Alfandegas.
Tem uma placa afixada na casa onde nasceu com a seguinte inscrição “Acácio de Paiva – Altíssimo lírico e o maior humorista da poesia portuguesa.”
Minha terra velhinha
Assim te quero
Entre as olhalvas frescas, pequenina
Teu Lis saudoso, teu castelo em ruína
Teu ar de monja, tímido e severo
Assim te represento e venero
Te possuo em minh’alma e na retina
Deixei-te cedo, porque é sina
Fugir de quem mais amo e mais espero
(Acácio de Paiva/Versos)
AMERICO CORTEZ PINTO
Poeta e escritor nasceu em Leiria em 1896 e em 1920 completou o curso de Medicina em Coimbra..
Algumas das suas obras: “Leiria”, “Cidade Incunábula do Livro e do Papel”. “Da Imprensa em Portugal às Cruzadas de Além Mar”.
No dia 22 de Maio de 1982, a cidade prestou-lhe merecida homenagem colocando um busto de bronze no Largo com o seu nome na Rua paralela ao Lis, na margem esquerda, junto ao Teatro. O busto tem uma placa com a seguinte inscrição “dr. Américo Cortês Pinto, insigne poeta leiriense 1896-1979”.
JOSE MARQUES DA CRUZ
Poeta e versejador, nasceu em Famalicão, freguesia de Cortes, Leiria em 1888.
Terminou o curso de Direito em Coimbra e emigrou para S. Paulo, Brasil.
A cidade dedicou-lhe uma rua numa das novas urbanizações da Cruz da Areia.
JOSÉ MARIA EÇA DE QUEIROZ
Eça de Queiroz, nasceu na Póvoa de Varzim em 1845 e faleceu em Paris em 1900. Veio para Leiria em 1870, onde morou no nº 13 da Travessa da Tipografia, com um seu parente de apelido Vadre. Como desejava ser Cônsul e precisava de exercer funções de administrador de concelho, uma espécie de estágio dos nossos dias, ficou em Leiria!
De colaboração com o seu amigo Ramalho Ortigão, foi em Leiria que escreveu grande parte do seu primeiro romance “O Mistério da Estrada de Sintra”, publicado em folhetins no “Diário de Notícias”. Entre a sua grande obra literária, como “As Farpas”, “O Primo Basílio”, “A Relíquia”, “Os Maias” e “A Ilustre Casa de Ramires”,
Eça de Queiroz ficou famoso mais tarde ao escrever em Leiria “O Crime do Padre Amaro” (1875), que serviu, já no século XXI para a realização do filme com o mesmo nome. Este romance gerou alguma polémica na época, já que o escritor morava numa rua próximo da casa da célebre Amélia, e ao que se diz a história baseia-se num possível romance de amor entre o escritor e aquela personagem. A história desenvolve-se em torno do crime perpetrado por Amaro e Amélia , envolvendo a filha do tio Esgueira e o sacristão!
CARLOS EUGÉNIO
Poeta e escritor leiriense contemporâneo.
Nasceu em Leiria em 1910 e faleceu em 1981.
Cursou o Liceu de Leiria e frequentou a Faculdade de Medicina de Coimbra.
Colaborou largos anos na Comissão de Turismo da Região de Leiria.
Deixou uma biblioteca com cerca de 10000 livros!
Tem uma rua com o seu nome com início na Rua dos Vasos até à Praceta da Cruz d’Areia, em Leiria.
Aguarela com mágoa
Chove e tudo se encrespou
Na fímbria violeta do longo céu azul
E no leito do rosmaninho do pinhal
Ave com o som, som com a ave
Abriu-se e deu à hora um verde virginal.
Talvez não fosse bem esse cantar
Entre o manto vermelho das papoilas
Talvez não fosse bem o róseo da moiteira
Espalhado na encosta que descia (…)